quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Quem deve evangelizar ?!?!



Por conta de indisciplina na escola, uma criança de apenas cinco anos de idade foi algemada e retirada da sala de aula por três policiais nos Estados Unidos.
A direção da escola disse que só chamou a polícia porque os pais da aluna se negaram em controlar a garota que quase destruiu toda a escola. Os pais, por outro lado, se defenderam dizendo que, já que a garota passa boa parte do tempo na escola, a disciplina de sua filha é uma responsabilidade dos professores.

Diante das justificativas dos pais e da direção da escola, percebemos claramente que o problema não é a indisciplina da criança em si, mas a falta de responsabilidade dos adultos que simplesmente transferiram as suas atribuições ao acaso.

Essa é uma realidade vivida até em nossas igrejas hoje. Muitos cristãos, por exemplo, não se consideram responsáveis pelo anuncio das boas novas. Para esses, o ato de evangelizar é tarefa exclusiva de pessoas formadas em seminários. Vários pastores ou missiólogos, por sua vez, dizem que ovelhas é que devem gerar ovelhas. Ou seja, ninguém assume a responsabilidade de evangelizar.

A conseqüência é que nesse jogo de empurra, onde as pessoas transferem as responsabilidades sobre a tarefa de evangelizar, muitos pecadores continuam a viver sem ouvir falar de Cristo.

O pior é que várias pessoas até ouvem, mas pela boca de charlatões que aproveitam da apatia dos verdadeiros evangelistas, para tirar proveito da situação. Alguns, por exemplo, estão todos os dias na TV realizando uma lavagem cerebral a fim de arrancar o máximo de dinheiro possível com o pretexto de estarem evangelizando.
Nessa mensagem quero mostrar, por meio do texto de 2 Coríntios 4.1-6, que a evangelização é uma responsabilidade que não pode ser transferida, mas sim compartilhada entre Deus e todos os salvos em Jesus Cristo.

O papel do cristão na evangelização (vs. 1; 2)
Paulo é considerado um grande evangelista escolhido pessoalmente por Cristo, mas um pregador que não se achava melhor do que os outros. Pelo contrário, no verso de número um, ele deixa claro que ele e seus companheiros evangelistas foram escolhidos não por mérito, mas pela misericórdia de Deus.
Ele tinha a plena consciência de que nós, como pecadores, merecíamos uma só coisa, a morte eterna. Porém Deus foi misericordioso conosco ao sacrificar Jesus na cruz para que fossemos libertos dessa condenação.
A questão é que mesmo perdoados, não vamos direto para o paraíso, pois somos salvos do mundo para voltarmos ao mundo como pregadores das boas novas. Somos nós os portadores da notícia de que Cristo morreu na cruz para resgatar da perdição eterna os que aqui vivem sem esperança.
Sobre isso, Dick Hills disse com propriedade: “Cada coração com Cristo é um missionário, e cada coração sem Cristo é um campo missionário”.
Assim entendemos que o evangelista não é apenas aquela pessoa que prega nas ruas ou deixa a sua terra natal para anunciar o evangelho em terras mais distantes. Pelo contrário, todo cristão é um evangelista justamente onde está. O estudante na sala de aula, o comerciante em sua empresa, o médico no hospital e a faxineira no local onde trabalha.
Mas por que muitos, ainda que sabendo que todos nós, crentes em Jesus Cristo, precisamos pregar o evangelho, não anunciam as boas novas?
Parece-nos que a resposta é o desanimo, pois era justamente esse o sentimento existente na igreja de Corinto. Paulo mesmo diz no verso um para que os cristãos não se sentissem desanimados.
O evangelista jamais pode se esquecer que as pessoas estão indo para o inferno, pois se assim pensam, se motivam a pregar.
O arauto, ou seja, o mensageiro do Rei entregava a mensagem com muita motivação. Realizava o anúncio ao povo ainda que sabendo que muitos poderiam se revoltar com a notícia ao ponto de matá-lo. Na Idade Média, por exemplo, os arautos faziam as publicações solenes como às declarações de guerra. Por conta disso, nem sempre voltavam vivos. Mas ainda assim falavam com muita coragem.
O verbo “pregar” encontrado no  Novo Testamento é uma derivação da palavra “arauto”. Ou seja, os cristãos são como arautos de Cristo. Pessoas que não temem as conseqüências que podem vir sobre elas por pregarem, pois a motivação de salvar as pessoas é maior do que o medo. Além disso, não estão sozinhos, pois Deus tem o seu papel na evangelização também. 

O papel de Deus na evangelização (vs. 2-5)
O verso de número 4 nos informa que todos nós éramos como cegos espirituais aqui nesse mundo. Pessoas que não viam a verdade do evangelho porque “o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos”. Satanás é quem impede as pessoas de verem “a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”.
O diabo cega as pessoas mostrando para elas somente aquilo que as afasta de Deus. Faz com que as pessoas busquem popularidade, família, relacionamento, aquisições materiais entre uma infinidade de outras coisas que não podem salvá-las.
O resultado é que, ainda muitos já tenham ouvido falar sobre Cristo, vário ignoram o seu real valor. Dizem que Jesus foi um homem bom, um grande professor, um curandeiro ou um profeta. Mas não o considera como o Filho de Deus, aquele que veio salvar.

Até mesmo dentro da igreja existem pessoas que não sabem quem Cristo é de verdade, ainda que já tenha ouvido falar sobre ele várias vezes.
Certa vez, numa campanha evangelística o pregador parou a palestra e pediu que cada pessoa falasse de seu testemunho para a pessoa de seu lado. Um menino virou para o senhor ao seu lado e perguntou: “Senhor, você conhece Jesus como seu Salvador?”. Um pouco indignado o homem olhou para o menino e disse: “Meu filho, eu sou diácono da igreja”. Com inocência, o menino respondeu: “Mas, senhor, isso não importa. Deus pode salvar qualquer um.”
Esse garotinho sabe que as pessoas podem ter um cargo, serem batizadas, se casarem e terem seus funerais na igreja, mas que ainda assim, se não reconhecerem que Cristo é o salvador, viverão eternamente no inferno.
Isso acontece porque a conversão é uma ação que não dependerá só do nosso anúncio do evangelho. É algo miraculoso por depender do poder sobrenatural de Cristo que abre a visão espiritual do cego pecador. Deus possibilita, pelo Seu Espírito Santo, que uma pessoa veja os seus pecados e venha a se arrepender.
Foi assim já na criação do mundo quando Deus disse “Haja luz”, um claro ato milagroso em Gênesis 1.3. O mesmo Deus, que trouxe luz ao mundo na criação, ilumina hoje o olhos dos pecadores, capacitando-os a ver que Jesus é Deus.
Quando Paulo estava no caminho para Damasco, ele perguntou: “Quem és tu, Senhor”, e lhe foi respondido: “Eu sou Jesus” (Atos 9.5). Foi justamente neste momento que Paulo teve os seus olhos espirituais abertos e a possibilidade de reconhecer quem, na verdade, é Jesus.
Pessoas não se tornam cristãos porque falamos, mas porque Deus fala com elas por meio de nossas palavras. Sem o auxílio do Espírito Santo, aquele que ilumina a mente do pecador, nossas palavras não passarão de ruídos sem significado.
Tanto nós, crentes em Jesus Cristo, quanto o Espírito Santo temos papeis importantes na evangelização. Pregamos o evangelho e Deus confirma que o que dizemos é a verdade.

Conclusão 
O anúncio da mensagem do evangelho nunca foi algo tão necessário. Vivemos em uma período da história, por exemplo, onde ataques promovidos pelas redes terroristas precisam ser paradas a fim de se evitar mais mortes pelo mundo afora. Qual seria a melhor forma para que isso acontecesse? As estratégias mais comuns de contra ataque é a descriminação, a satirização, a “apatização” e a evangelização. Qual dessas é capaz de transformar um indivíduo?
Paulo responde: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego” (Romanos 1:16). Nesse verso Paulo utilizou a palavra poder que no grego é “dynamis”, raiz da palavra dinamite.

Espero que todos nós venhamos a entender, de uma vez por todas, que Deus quer nos utilizar para contra atacar o pecado confiando a nós a dinamite do evangelho que é poderosa para destruir o pecado e salvar vidas inocentes.

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